sábado, 12 de junho de 2010

Delírios filosóficos...


Há algum tempo atrás fui assistir ao filme Homem de Ferro e saí do cinema fazendo uma analogia meio louca.

Guardadas as devidas proporções, o criador do personagem e do universo Marvel Stan Lee e o filósofo italiano Nicolau Maquiavel nos brindaram com visões inovadoras, ao pensar o ser humano e a política tal como eram e não como deveriam ser.


O personagem do filme, interpretado por Robert Downey Jr. tem tudo o que o torna bastante humano: é vaidoso, impulsivo e egocêntrico. Além disso, fica doente e tem suas tristezas e frustrações como qualquer reles mortal.

Já Maquiavel é essencial à Filosofia Política, e é mais atual do que nunca. Foi o primeiro a pensar a política desvinculada de preceitos religiosos e idealistas. Para se encarar a política como via de mudança, é preciso antes enxergar a realidade que nos cerca. Bela lição, não é?

Se os nossos representantes (e aspirantes a) políticos partissem da realidade e não de sonhos megalomaníacos, talvez fosse mais fácil pensar planos de governo sem falsas promessas de campanha e a posteriori construir uma administração pública mais coerente.

A questão que me fez pensar com ambos é que primeiro é preciso ter a humildade de conhecer as nossas limitações para buscar ultrapassá-las.



Assim, passaremos a enxergar a realidade e compreender que o heroísmo pode estar nas pequenas ações do cotidiano, como tratar as crianças como responsabilidade coletiva, ceder o lugar para os idosos nos transportes coletivos ou separar o lixo das nossas casas e dos nossos pensamentos. Aí, quem sabe conseguiríamos sair do idealismo saudosista que é expresso na frase que muito tenho ouvido: “no meu tempo, não era assim...”.

Enxergando a nós mesmos e à nossa realidade com mais humanidade poderíamos buscar mudanças através de meios políticos, assumindo a responsabilidade de enxergar além do próprio umbigo.

Talvez conseguíssemos deixar (ou tentar deixar de ser) gente pequena, de abertura pequena, de sorriso pequeno, de vontade pequena e de imaginação pequena.

Afinal de contas, acabei de me lembrar da bonita visão rousseaniana acerca do ser humano.



Já tive fases hobessianas, mas quando comecei a trabalhar com as crianças e a olhar nos olhos de cada uma delas enxergando a criança que um dia fui obrigo-me a insistir na esperança de que dias melhores, pessoas melhores e uma humanidade melhor virão.


Um comentário:

  1. oi minha querida, é o fred, uma imaginação toma conta de mim:

    na casa onde morei quando menino me tranformo num gigante terrível que arrebenta a cabeça do monstro preto que me atormenta dia após dia, do qual não posso escapar, nem debaixo da cama...
    mas eu estraçalho a criatura desgraçada, e arrebento com a casa toda, junto com os vizinhos e o bairro inteiro...
    dava um bom mito.

    beijo, depois nóis fala

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